11 abril 2017

 

A helenista


Em Coimbra, o seu nome era pronunciado com grande respeito. O respeito que é devido a pessoas de autoridade reconhecida. Não fui aluno dela, porque era de outra área, mas a circunspecção com que era mencionada por alunos seus como que envolvia todo o universo académico. Foi sob esse efeito que, anos mais tarde, acabei por adquirir uma das suas obras de referência: Estudos de História de Cultura Clássica, que eu fui lendo, não na totaliadade, mas ao sabor de impulsos do desejo, primeiro a propósito de Homero, cujas obras – Odisseia e Ilíadatambém li depois de sair de Coimbra; depois, a propósito de outros autores clássicos, gregos e latinos.
Foi através de uma outra das suas obras - Hélade que eu conheci excertos de obras de autores cujos nomes vinham ecoando da fundura dos tempos com sonoridades venerandas: Safo, Heraclito, Píndaro, Xenofonte, Platão, Aristóteles, Zenão, etc., etc…, para além dos celebérrimos dramaturgos Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Aristófanes, algumas obras dos quais acabei por ler na totalidade, em traduções autónomas, algumas da sua lavra.

Chamava-se Maria Helena da Rocha Pereira. Curvem-se, por favor (ou sem favor nenhum), não por força daquela submissão aos Mestres, mas por um sentimento de lídimo respeito.





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