08 junho 2016

 

As 35 horas


 

 

As 35 horas vão ser repostas para os funcionários públicos. É um acto de justiça, para além de ser o cumprimento de uma das promessa eleitorais e estas são para ser cumpridas, sob pena de uma descredibilização da política.

Com efeito, o horário de trabalho dos funcionários públicos foi aumentado pela anterior coligação governativa de 35 para 40 horas semanais. Sobre ter sido um acto imposto unilateralmente, foi também uma forma de esticar o tempo de trabalho sem a correspondente remuneração e, portanto, um acto de extorsão.

Alega-se, por vezes, em abono dessa medida, o desnível existente entre o sector privado e o sector público, mas, para além de nem todos os ramos do sector privado terem 40 horas de trabalho semanal, não há dúvida de que a pretensa equiparação foi feita por um acto unilateral e impondo um ónus sem contrapartida. Um acto de afirmação do poder, cuja força simbólica pretendeu traduzir uma sobreposição absoluta do “empregador”, como agora se diz, sobre o prestador do trabalho.

Por outro lado, por que razão é que a equiparação tem de fazer-se seguindo o princípio da agravação da posição do trabalhador e não o contrário? O progresso deve ir no sentido de diminuir o trabalho obrigatório, favorecendo a libertação de tempo de ócio para coisas tão importantes como a valorização e realização pessoais, a dedicação  aos filhos, a entrega a tarefas de cunho altruístico, a criatividade e tantas outras coisas, enfim, incluindo a libertação de tempo para dar emprego a outros – coisas que o próprio Papa hoje reclama como necessárias.





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