20 março 2016

 

A justiça brasileira na crise


 

Escrevi que o Ministério Público brasileiro, ao pretender a prisão preventiva de Lula, estaria a enveredar por um “protagonismo fútil”. Com o desenrolar dos acontecimentos nas últimas horas, hesito. Não sei se o protagonismo visado não assumirá, antes, uma forma de combate com ressonâncias políticas, no qual estão envolvidos não só certos agentes do Ministério Público, como também elementos da magistratura judicial.

O comportamento de alguns desses elementos, como os juízes Catta Preta e Sérgio Moro deixam muitas dúvidas quanto à lisura da sua actuação e à intencionalidade que a enforma. O primeiro, tendo deferido uma providência cautelar de suspensão da nomeação de Lula, costuma intervir no Facebook – uma rede social onde, pelos vistos, até magistrados gostam de se enredar – escrevendo diatribes contra o governo, e o segundo ultrapassou as suas competências, interceptando uma conversação telefónica entre Lula e a presidente Dilma e divulgando-a publicamente, para além de ter sido gravada já depois de terem sido interrompidas, por esse meso juiz, as intercepções e gravações telefónicas.

Aliás, não concordo com a ideia defendida por este último de que é necessário envolver a opinião pública nas “batalhas” judiciais – ideia essa que provavelmente o terá levado a fazer a referida divulgação pública da ilegítima intercepção da gravação telefónica entre Lula e Dilma. E não acredito numa espécie de missão salvífica da justiça, que tem como paradigma a “Operação Mãos Limpas”, de Itália.

Quanto a Lula, mantenho a opinião já expendida.





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