22 fevereiro 2016

 

Monumento à austeridade


 

Passos Coelho virou a sua militância contra a austeridade. Enquanto foi primeiro-ministro, aplicou-a forte e feio; na oposição, brada contra ela. Como se, para conseguir adesão popular, bastasse mudar de camisola e começar a jogar contra o clube de que foi um pertinaz defensor. Ontem, político da direita liberal; hoje, social-democrata. Mas pensará ele que basta mudar de rótulo para se entronizar novamente na cadeira do poder? Que o eleitorado vai atrás do letreiro que, conforme as ocasiões, ele exibe publicamente?

Como é que a austeridade não haveria de persistir ainda, quando ele a levou tão longe e profundamente? Poderia a austeridade ter acabado de um golpe com os condicionalismos em que ele envolveu o país?

A austeridade continua. Pois continua. Mas o grande obreiro dela foi o governo de Passos Coelho. Se há monumento que possa, no futuro, sinalizar o grande feito desse governo é o monumento à austeridade.





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