04 novembro 2015

 

A NATO é a nossa Pátria?

A NATO é a nossa Pátria? A Europa de Merkel/Schäuble é o nosso lar? O Tratado Orçamental é a nossa livre opção de desenvolvimento e progresso para o País? A acreditar na fúria com que a direita política (com o Presidente da República à cabeça) e o seu braço armado na comunicação social (comentadores, escrevedores, escriturários) ataca os partidos à esquerda do PS por não serem fiéis aos “compromissos internacionais” do Estado português, seriam esses “compromissos”, e não a própria Constituição portuguesa, os verdadeiros elementos de identidade de Portugal, estando pois vedado o poder político a quem os “renegue”… A direita está de facto de cabeça perdida com a possibilidade de demolição do “arco da governação” que tem sido a garantia da sua sustentabilidade no poder, mesmo quando não o exerce diretamente… A direita está histérica com a eventualidade de perder a muleta do PS que, ao longo dos anos, sozinho ou coligado, tem constituído o parceiro indispensável para a continuidade da política neoliberal. A abertura do PS à esquerda, acabando com a ostracização de uma parcela substancial do eleitorado, se se concretizar, constitui quase uma refundação do regime inaugurado em 1974… Esperemos que, por sectarismo (tão caro à esquerda), não se perca esta oportunidade, que pode não se repetir proximamente… Mas já agora falemos dos “compromissos internacionais” tão queridos à direita. Como chegámos à NATO? Pela mão de Salazar! Alguma vez o povo português foi ouvido expressamente sobre essa adesão depois do 25 de Abril? Não!!! Pertencer ou não à NATO não é aliás uma questão urgente. Mas ser contra a NATO não é trair a Pátria; é antes ser fiel ao disposto no art. 7º, nº 2, da Constituição! (Quem tiver dúvidas, leia!) E a “Europa” alemã de hoje, com a sua hierarquia entre estados centrais e periféricos, bons e maus, trabalhadores e preguiçosos, cumpridores e relapsos, nada há a opor ou sequer a discutir nesta Europa? Sentimo-nos bem assim, tratados como europeus de 2ª classe? Não é lícito, no mínimo, lutar por uma mudança na relação de forças, procurar alianças para que tal mudança se torne possível? E o euro é um dogma? Não há países que não aderiram por vontade própria ao euro? Não será melhor estudar todas as hipóteses, incluindo a nossa saída do euro? Não terá já o abutre Schäuble feito esse estudo? Sabemos agora, por confissão do arguido, que a expulsão da Grécia foi analisada e discutida no Eurogrupo, tendo o governo português inclusive sido um dos países favoráveis (assim confirmando ser uma das vozes do dono…)… E o Tratado Orçamental, uma imposição alemã a todos os países do euro, uma imposição que beneficia claramente a Alemanha e satélites e prejudica radicalmente os países frágeis como Portugal, não o podemos contestar? Temos de lhe entoar cânticos de louvor, fazer juras de fidelidade eterna a tudo o que tenha o cunho alemão? Alguma vez o povo foi perguntado sobre esse TO? Não, ele foi pura e simplesmente imposto pela Alemanha e toda a Europa do euro se dobrou e agora tem que mandar os projetos de orçamento para Bruxelas (Berlim) para análise prévia pelos senhores do lápis azul… Será que é traição procurar mudar as coisas?!!! Enfim, é claro e evidente que a direita (com o PR no comando), quando exige o cumprimento dos “nossos compromissos internacionais”, o que pretende é não mais do que excluir a esquerda do poder e assegurar uma tranquila continuidade da política seguida nos últimos quatro anos, ainda que em aliança com o PS, ainda que com algumas cedências ao PS… É o pânico por uma mudança significativa de agulha na política do País que aterroriza a direita. De um susto sério, pelo menos, já ninguém a salva… Esperemos que o susto se torne em realidade cruel…





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