28 outubro 2015

 

As fronteiras da lógica e do bom senso


 

A coligação denominada “Portugal À Frente” ganhou as eleições. Porém, não as ganhou com suficiente margem para governar. A  sua vitória é uma vitória débil e inoperacional. É como ter ganho um carro e não poder conduzi-lo, por não ter os meios para o pôr em movimento. É uma vitória dependente de ajuda. Se tiver a ajuda necessária, poderá governar; se a não tiver, não pode. Sob esse aspecto, o Partido Socialista também não se pode considerar o “grande derrotado das eleições”, como tem sido dito. Foi um derrotado parcial e, nessa medida, um parcial ganhador, por sinal com mais poder do que a coligação PSD/CDS, dada a sua potencialidade de diálogo à esquerda.

O que não se entende é que a coligação “Portugal À Frente” queira à viva força que o PS lhe dê as condições necessárias para governar. As coisas têm sido postas de tal maneira, que se pode dizer que essa coligação e os seus adeptos querem coagir o PS a servir-lhes de muleta na situação manca em que se encontram. Situação única e exclusivamente devida à sua política, em que não quiseram saber das posições de outras forças partidárias. Pretender agora continuar a governar com a ajuda forçada do PS é uma espécie de exigência despótica. E afirmar que o PS está a bloquear o seu exercício legítimo de governo ultrapassa todas as barreiras da lógica e do bom senso.





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