13 julho 2015

 

Afinal, ganhou o "sim"...

O que Tsipras assinou em Bruxelas é precisamente o contrário do que defendeu na campanha para o referendo e do que o povo grego votou! Se ele estava disponível a capitular desta forma, não valia a pena ter feito o referendo! A vontade de "ficar no euro" prevaleceu a todo o custo... (mas será que este acordo/capitulação evitará mesmo a saída do euro?) Vale a pena ler o hediondo comunicado da "cimeira" europeia, escrito no rasca inglês de Bruxelas. É um vómito de ódio e ressentimento punitivo contra o governo grego (apelidado desprezivelmente de "autoridades gregas") e o povo que o escolheu democraticamente. A insistência na necessidade de restaurar a "confiança" na Grécia revela que ela foi tratada como inimigo, nunca como parceiro, muito menos como parte integrante da Europa. Esta cimeira revelou também que na Alemanha é Schaeuble quem decide. A Alemanha conservadora, depois de engolir o SPD, exibe todo o lado sinistro dos poderosos: o gosto de humilhar os fracos... A Europa, assumidamente conduzida pela mão alemã (menos brutal que a "bota ferrada", mas também implacável), abandonou as proclamações retóricas de solidariedade, assumindo resolutamente a linguagem da punição e do desprezo. Hollande, nos bicos dos pés, o que conseguiu foi afinal ajudar a caucionar a capitulação grega, disfarçando um pouco a linguagem... Com a capitulação de Tsipras, a "pax germanica", perturbada pelo episódio grego (afinal um mero episódio passageiro), reinará de novo.





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