01 agosto 2013

 

A propósito da descida do IRC


A propósito da descida do IRC, vi ontem, na SIC Notícias, uma entrevista de Silva Lopes, conduzida pelo comentador de assuntos económicos, José Gomes Ferreira, em que ambos concordaram que a medida vai favorecer as grandes empresas, que praticamente não têm concorrência no “tecido” económico português e que não será por causa dessa descida que essas empresas vão fazer maiores investimentos.

Silva Lopes, que não é propriamente um “esquerdista” (bem antes pelo contrário) não se coibiu de dizer que a medida se traduz em mais uma transferência de rendimentos das classes que mais têm sido sacrificadas com impostos para os detentores do capital, pois quem vai arcar com as consequências dela são os mesmos de sempre, e que os fiscalistas que estiveram envolvidos no estudo da baixa do IRC ocupam, eles próprios, cargos de relevo nas grandes empresas.   Mais ainda, disse ele, “isto é outra TSU”.

A ser assim, há uma conclusão a tirar: continua a política de transferência dos custos da “crise” das classes, grupos e instituições que lhe deram origem para os que mais têm sofrido os seus efeitos e, sob a capa de reformas necessárias, prossegue-se na execução de todo um programa ideológico de ataque ao Estado Social, aos direitos laborais e à classe média.





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