10 setembro 2008

 

A perversão da justiça

Penso que, em relação ao processo “Casa Pia”, um dos males terá sido a sobreposição da “cena mediática” à “cena da justiça”, sendo esse um dos perigos que eu tenho insistentemente denunciado em múltiplos trabalhos que tenho dedicado ao tema (e peço desculpa por esta aparente falta de modéstia). Essa sobreposição aconteceu pelo lado da comunicação social, que encara isso de forma natural, mas também da parte de “actores” judiciários (magistrados, advogados, etc., uns incautamente e outros não) e de muita gente interessada em fazer do palco mediático o principal palco de intervenção. Se uns agiam conscientemente e até manipuladoramente, outros foram levados na onda e encontraram aí, de forma ilusória, a sua oportunidade para se transformarem em protagonistas. É o pior que pode haver. A mediatização, neste sentido invasivo e substitutivo da “cena judiciária”, é sempre uma perversão da justiça.





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