25 janeiro 2008

 

"Andem a pé"

Esta frase, proferida há dias pelo primeiro-ministro israelita perante as críticas internacionais sobre o bloqueio de fornecimento de combustíveis à Faixa de Gaza, mereceria a repercussão que teve a célebre injunção do rei de Espanha ao presidente da Venezuela ("por que não te calas?").
Qualquer delas traduz uma arrogância imperial sem limites, embora a invectiva real esteja notoriamente deslocada no tempo histórico e não passe de um retórico desabafo inconsequente.
Já porém o "conselho" israelita encerra um cinismo revoltante e uma crueldade sem limites de quem tem na verdade todo o poder na mão e o exerce impiedosamente, com todos os requintes de perversidade.
O primeiro-ministro de Israel sabe muito bem que na Faixa de Gaza se acumulam um milhão e meio de palestinianos vivendo em condições terríveis, a grande maioria ao nível da mera sobrevivência, sabe que o bloqueio afecta as necessidades mais elementares, a alimentação essencial, o pão, mas maldosamente quer sugerir que os palestinianos se passeiam de automóvel e que só esse dispensável prazer lhes é negado pelo bloqueio.
É a punição colectiva de todo o povo de Gaza que Israel pratica. À vista de toda a gente, com a mais completa impunidade. Até quando será assim? Será que os judeus de Israel não compreendem que estão a formar gerações e gerações de "terroristas", como eles gostam de chamar a todos os que lutam de armas na mão contra a tirania que eles impõem nos territórios ilegalmente ocupados desde 1967? Será isso assim tão difícil de ver?





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