24 dezembro 2007

 

É Natal, ninguém leva a mal

Bem vistas as coisas, o Natal, momento nuclear da nossa civilização, é arrasador para nós, pais biológicos: São José foi apenas pai afectivo (o pai biológico, se assim o poderemos chamar, terá sido o Espírito Santo); Nossa Senhora foi afinal uma mãe de aluguer, por escolha divina; o Menino Jesus, o mais incensado dos bebés, foi afinal criado por uma família afectiva, com o sucesso que sabemos.
Que podemos nós, pobres pais biológicos, alguns de nós carregados de filhos, fazer para melhorar a nossa imagem? Não será talvez melhor abandonarmos os nossos filhos biológicos, triste produto da luxúria ou mesmo do acaso, e reconvertermo-nos em pais afectivos dos filhos dos outros?





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