09 outubro 2007

 

Acções de rotina

É muito preocupante o que aconteceu na Covilhã, na delegação do Sindicato dos Professores do Centro, na véspera de uma visita do primeiro-ministro. A fazer fé no que vem noticiado na imprensa e na denúncia feita já ontem por responsáveis sindicais, estamos perante uma acção inadmissível que traz à memória acções policiais de outros tempos. Até a linguagem usada, que alude a “acções de rotina”, cheira que tresanda a esses tempos em que a rotina era a polícia entrar dentro das casas, das associações e das colectividades e levar consigo documentos, livros e objectos para fins de “prevenção e segurança”. Desta vez, ao que parece, levaram, sob pedido (valha ao menos essa cortesia) um comunicado sobre o cordão humano a levar a cabo no dia da visita, e um exemplar de um comunicado conjunto do Sindicato dos Professores da Região Centro e do Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e dos Açores.
Quem ordenou esta “acção de rotina” policial, que, a pegar, faz temer por um regresso a práticas odiosas que estão no nosso subconsciente colectivo?
Ainda bem que o ministro da Administração Interna ordenou já ao Inspector-Geral da Administração Interna a instauração de um processo de averiguações. Tendo em conta essa reacção pronta e o carácter independente da autoridade que vai instruir o processo, esse é um sinal seguro de que o Governo se demarca deste tipo de acções, como, aliás, não podia deixar de ser.





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