18 julho 2007

 

Kosovo: um país inventado

O Kosovo é viável? Isso é o que a NATO deveria ter analisado antes de se envolver na guerra de secessão dos albaneses do Kosovo.
Agora, como o projecto de independência foi claramente apoiado desde o início pela NATO e pela ONU, parece que não há a volta a dar senão inventar mais este país.
Porque se trata de uma verdadeira invenção. O Kosovo não é uma nação, não tem tradição histórica enquanto tal, nem os seus actuais habitantes se reconhecem como comunidade nacional: os albaneses querem juntar-se à Albânia, os sérvios querem continuar a pertencer à Sérvia. Como é que se faz um país assim?
A NATO e a ONU actuam nos Balcãs como as potências coloniais em África no final do sec. XIX: riscam as fronteiras nos mapas, puxam para cá ou para lá conforme as (suas) conveniências. E, como elas, também invocam uma legitimação moral convincente: outrora, a missão civilizadora da Europa cristã; agora, a obrigação de defesa dos direitos humanos e dos povos por parte do "Ocidente" (legítimo depositário dessa missão, por encargo não se sabe de quem).
A história repete-se, cada vez mais risível.





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