17 abril 2007

 

imersão

O discurso jurídico é, quase sempre, um discurso limpo. A clear speeach.
A construção jurídica, seja a que decorre da dogmática, seja a que decorre da jurisdição, estriba-se ou numa distância ao real ou num diálogo quase sempre interceptado por uma parede mais ou menos filtrante, consoante o tipo de intervenção que se tenha.
Um interrogatório, num gabinete do tribunal; um julgamento, na sala de audiência; uma consulta de advogado, num escritório; um parecer, num gabinete de uma universidade. É certo que um vasto conjunto de relatórios, de perícias, de informações, de diálogos, de confrontos, coloram o preto e branco das decisões.
Há, no entanto, vidas subjacente ao discurso jurídico. Vidas que se sentem, que se cheiram. Que não são a preto e branco.
Vidas que apelam ao direito como resolução dos seus problemas concretos, sujos, diários, imediatos.
Que a retórica jurídica, por si só, não resolve. E que outros, que podem, não querem resolver.

(Não andará longe do luto «bloguistico» um percurso recente pelos «fins da linha» penitenciária onde se cheira e sentem essas vidas). A elas voltarei!





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