08 janeiro 2007

 

Um director-geral muito especial

Há aí um director-geral que ganha mais, muito mais, do que o PR. Há quem diga que ele merece (isso e muito mais) porque ele é muito eficiente, cobra muitos impostos, faz entrar muito dinheiro nos cofres do Estado. Foi aliás para isso que o foram buscar à "privada", porque os seus antecessores funcionários se tinham mostrado incapazes.
Esta eficácia de alguém de fora para cobrar impostos faz-me lembrar que já os nossos reis medievais, constatando a ineficiência dos seus funcionários fiscais na cobrança de impostos, recorriam com frequência à concessão da sua cobrança em hasta pública, sendo normalmente os judeus que arrematavam a concessão, e assim ganharam algumas inimizades junto da população pagante, porventura sem razão. A ideia é a mesma: tem de vir alguém de fora do funcionalismo.
É certo que tem que se pagar o trabalho a peso de ouro, porque estes cavalheiros não brincam em serviço. Mas lá está: compensam o que custam com o produto que apresentam. Não são por isso privilegiados; pelo contrário, é um privilégio para o Estado tê-los ao seu serviço.
Mas a questão é esta: o mercenarismo será mesmo a única forma de assegurar a eficácia dos serviços públicos? E a ética do serviço público, é só retórica para certas ocasiões?





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