12 setembro 2006

 

Tortura e coacção

Com esta subtil distinção, o embaixador americano em Lisboa (que sorte tivemos com esta "aquisição") resolve o complicado problema com que Bush se tem defrontado. Afinal a coisa é simples: a tortura, sim, é proibida, mas já não a coacção. E "coacção" tem um campo semântico muito vasto: vai desde "levantar a voz" face a alguém até... bom, até onde ele não disse, mas talvez não seja difícil de adivinhar, atendendo a que o mesmo senhor defende o prosseguimento da estratégia até agora seguida e anuncia mesmo (para que fique claro) que as prisões secretas vão continuar e nos mesmos locais e que os nomes dos detidos só serão revelados quando assim o entenderem os captores.
Depois de tudo isto parece que teremos de reconhecer que os "métodos" outrora utilizados pela PIDE se enquadrariam perfeitamente no conceito de "coacção". Tanto protesto, tanta acusação de "torturas" para afinal nos virem agora dizer que tudo aquilo é admissível e legítimo. Quando praticado pelo Império do Bem, evidentemente.





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