11 maio 2006

 

Ó Elvas, ó Elvas, Badajoz à vista!

Eu não sou nada, mesmo nada, nacionalista.Tudo o que seja aproximação e cooperação transfronteiriça me parece bem. A circulação de pessoas e a eliminação das fronteiras, ao contrário do que diz aí um sindicato policial ( é que há sindicalismo e sindicalismo...) é inevitável e desejável. Nenhum problema há em os alentejanos irem às compras ou aos médicos a Badajoz (e vice-versa).
O que está mal é o Estado português demitir-se de fornecer, ele próprio, os serviços essenciais aos cidadãos portugueses. Porque é disso exactamente que se trata. A política de fecho de maternidades é a mesma que leva ao encerramento de escolas, de tribunais e outros serviços públicos, é uma política de abandono do interior do País, assim acentuando as desigualdades, assimetrias (palavra metafórica) e contrastes dentro do território, em flagrante violação da Constituição (al. g) do art. 9º, entre outras disposições).
Podem, é claro, dizer que os serviços que são encerrados não dispõem nem do pessoal nem das condições técnicas indispensáveis para funcionar com qualidade e segurança. A isso pode responder-se que, com investimento, criam-se essas condições. Ao que ripostarão que não há dinheiro (supremo argumento nos dias de hoje). Mas sempre se poderá contra-argumentar que dinheiro sempre há algum, a questão é como distribuí-lo; e que o desinvestimento no interior, com a consequente desertificação, também cria problemas à faixa litoral, onde afluem os "imigrantes"; e que esta política é de "vistas curtas", incapaz de uma visão estratégica de longo ou mesmo médio prazo. Mesmo pensando em termos estritamente financeiros, poupar agora pode vir a ficar muito caro mais tarde.





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