27 novembro 2005

 

O sindicalismo em desgraça

Decididamente o sindicalismo perdeu os favores das elites pensantes, mesmo (e talvez sobretudo) da área da esquerda governamental.
Para os ditos pensantes os sindicatos são forças conservadoras e por vezes mesmo reaccionárias, ao contestarem as medidas do actual executivo. Os sindicatos lembram o sec. XIX, o suor operário, um reivindicativismo primário e cego que sobrepõe os interesses dos sindicalizados aos da Nação.
Os sindicatos deveriam ser "responsáveis", ou seja, solidarizar-se com o governo, com as suas sábias, inovadoras e corajosas medidas e até agradecer a Deus sermos conduzidos por governantes de tão elevado calibre. Um bom sindicato, hoje, é aquele que fecha os olhos e os ouvidos aos interesses e problemas dos seus associados e só pensa no "bem geral" (tal como é pensado por quem governa, que é quem sabe).
É este, acreditem, o confrangedor discurso de certos cronistas, que descem mesmo a um patético registo laudatório, exaltando, sem rodeios, a «coragem e determinação de José Sócrates», o grande timoneiro!
Três décadas depois da sua libertação do corporativismo fascista, os sindicatos sofrem agora outro tipo de investida, mais subtil, mas não menos insidiosa.





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